Histórico, Missão e Objetivos

O que é a UNIPOP

Introdução

O sistema educacional capitalista, não só o brasileiro, mas europeu, norte americano e de outros países estar completamente falido e esgotado. Serviu às elites e ao capital financeiro internacional e agora tenta se reinventar querendo privatizar o que ainda resta para enriquecer alguns mercadores da educação e empobrecendo a população com suas políticas alienantes e mercadológicas.

As duas formas clássicas de universidade já conhecidas historicamente, a Universidade Pública e a Universidade Privada, além de terem seus modelos esgotados, apesar da luta de professores, estudantes e toda intelectualidade brasileira para democratizar e torna-la pluralista e o compromisso de nossos educadores com a educação, as elites não aceitam um terceiro modelo para assim continuarem suas políticas ditadas pelo SISTEMA e pelo MERCADO. Mas existe uma terceira: a Universidade Popular para contrapor-se a esse sistema.

Assim existem apenas esses dois tipos de universidades: a pública e a privada. A primeira, pública, é estatal, subordinada à elite dirigente que controla o poder e o aparelho ideológico do Estado para ampliar o processo de dominação. A segunda, privada, é particular, subordinada a um grupo empresarial qualquer, objetivando apenas o lucro e mercantilizando a educação. No que pese todo o esforço daqueles que formam os quadros acadêmicos de ambas, tantos os professores como os alunos e que fazem do modelo brasileiro democrático e pluralista conforme dito acima, pelas lutas históricas por eles desenvolvidos, estas por exigência das elites ainda formam seus docentes, como técnicos, para o sistema e para o mercado, enquanto a UNIPOP, uma Universidade Popular quer formar militantes, para a vida e a luta, a militância e o ativismo, o resgate da cidadania, a solidariedade humana e o internacionalismo cidadão e humanista.

Essa UNIPOP que propomos criar se caracteriza por diversas manifestações, dentre elas formar uma Rede Integrada e de Articulação de Escolas de Formação Política e de Educação Popular dos Movimentos Sociais e Partidos Políticos, ONGs e Coletivos Internacionalistas e desenvolver de forma integrada e continuada cursos de Extensão e Capacitação, politicamente voltados para a formação nas áreas sindical, comunitária, estudantil, juventude, cidadania e gênero, ecológica e ambiental, humanista e pacifista, na defesa da Autodeterminação dos Povos, a Soberania Nacional e a Segurança Internacional desenvolvendo ações infra e interpartidárias na luta pela unidade das forças progressistas do mundo. Além de construir uma grande Rede de Educadores e Educadoras populares, para o trabalho partidário e social de base e massa. De Graduação e Pós-Graduação entendendo que as universidades tradicionais dão uma formação acadêmica e técnica aos alunos, enquanto a UNIPOP tem a missão de dar-lhe também uma formação política e militante.

Dessa forma pensamos inicialmente durante o primeiro ano priorizarmos os cursos de Extensão, extracurriculares para completar a carga horária do alunato com cursos de História Política, Geografia Política, Antropologia Política, Sociologia Política, Filosofia Política, Ciência Política, Economia Política, Teologia Política, Geopolítica e Estudos Estratégicos, dentre outros. Cursos estes que variam de 10 a 50 horas e sirvam de estimulo a estudantada para fazer conosco a partir do segundo ano de reimplantação da UNIPOP os cursos de Pós-Graduação, a nível de Especialização os mesmos cursos acima que serão como uma introdução. E no terceiro ano faremos a implantação dos cursos de Graduação, priorizando as Ciências Humanas e Sociais, com a implantação dos cursos de Ciência Política, Ciências Sociais, Relações Internacionais, Serviço Social, Comunicação Social, História, Pedagogia, Economia, Direito, Filosofia e Teologia. E ainda o de Gestão Social e de Estado que tentaremos criar e se não for possível realizaremos a nível de Pós-Graduação. Todos essencialmente voltados para seu lado político, com ementas politicamente comprometidas com as necessidades e lutas do povo, buscando construir um mundo sem fronteiras e educando-os para uma cultura de paz.

A UNIPOP é essencialmente uma universidade popular, modelo revolucionário e humanista e não pode ser ou fazer o mesmo do mesmo, assim sistematizará o conhecimento acumulado de todas as outras escolas de formação política e educação popular e as experiências históricas por exemplo do Instituto Cajamar, Instituto |Paulo Freire, do Instituto Conhecimento Liberta, da ENFF, da UPMS, da CONTAG, das centrais sindicais e outras Brasil afora e construirá seu PPP.

Quais são os objetivos da UNIPOP?

Formar quadros e projetar lideranças do e para os Movimentos Sociais e Populares e a Esquerda brasileira e mundial, ajudando na formação de militantes e quadros políticos, partidários, sociais e de Estado para os demais segmentos sociais e partidários em todo o Brasil e desenvolver um trabalho de Educação Popular junto aos movimentos sociais e organizações de base objetivando desenvolver e ampliar a formação de QUADROS IDEOLÓGICOS e LIDERANÇAS DE MASSA para a construção de uma nova forma de se fazer política, dentro dos partidos, das universidades, dos movimentos sociais, da Sociedade e do Estado, e demais formas de luta.

Mas também tem dentre suas finalidades:

1.- Realizar cursos de formação, extensão, capacitação, atualização e educação política, cultural, popular e de conhecimento ideológico. Promover círculos de palestras e debates; seminários conferencias, congressos e plenárias populares, mostras de cinema, feiras de livros, rodas de conversas com entidades e organizações que compõem o Movimento Popular, nacional e internacional;

2.- Desenvolver estudos e pesquisas voltadas para o desenvolvimento de Políticas Públicas, de Estado e Estratégicas com ampla participação popular, acadêmica e de massas, objetivando construir um Projeto Popular de Democracia Participativa e Global, para implantar o Poder Popular, uma Sociedade de Massa e a Democracia Direta.

Que Princípios norteiam suas ações?

Dentre outros pontos se norteará na luta: 1. Pela conquista da Paz Mundial; 2. Na defesa dos Direitos Humanos; 3. Na proteção do Meio Ambiente; 4. Na construção do Poder Popular; 5. Na implantação da Democracia Direta; 6.  Na ampliação das Liberdades Democráticas; 7; na ação da Solidariedade Humana; 8. No apoio a Economia Solidária, Criativa, Sustentável e de Francisco e Clara e na Agroecologia; 9. No apoio a Organização e Mobilização Popular; 10.  No fortalecimento do Internacionalismo Revolucionário, da Solidariedade Internacional, na Autodeterminação dos Povos e a constante luta contra o imperialismo e o fascismo e a consolidação da Democracia como valor universal; 11; Na construção de um novo projeto de Formação Política e Educação Popular para a formação de QUADROS e LIDERANÇAS de massa que visem a construção de uma Cultura Política Revolucionária e Libertária, fundamentada na IGUALDADE política, econômica, social, geracional, territorial, cultural, e diversidade religiosa da humanidade;  na DIVERSIDADE de gênero, de geração, raça/cor, etnia, orientação sexual e de pessoas com deficiências; na PLURALIDADE política, social e cultural da Sociedade brasileira e da Humanidade;  na AUTONOMIA de organização, crença e ação política das massas;  na TRANSPARÊNCIA e acesso universal às informações públicas; na PARTICIPAÇÃO ampla e atuação da sociedade civil nos espaços de decisão e de poder;  na LIBERDADE  de  expressão e de organização popular;  na SUSTENTABILIDADE criando alternativas de desenvolvimento humano e sustentável que considerem a igualdade, a justiça social e o equilíbrio ambiental para as presentes e futuras gerações; na HORIZONTALIDADE onde se constituam relações horizontais de poder e contra a hierarquização das relações; e no EXERCICIO pleno da CIDADANIA ATIVA. Estes são os princípios que norteiam os objetivos da UNIPOP.

Quem e como participar?

Qualquer militante de esquerda, progressista, antifascista, filiado ou não a um partido político, militante de qualquer movimento social, coletivo popular ou grupo social poderá participar da construção da UNIPOP, que tem esses tipos de militantes: colaboradores efetivos e colaboradores voluntários e terá também um quadro de estagiários colaboradores, composto por estudantes universitários supervisionados por militantes profissionais.

A participação se dará inicialmente de forma voluntária até sua estruturação e a mesma formar um Quadro de profissionais qualificados e remunerados para a dedicação exclusiva e assim atingir os objetivos acima descritos. A participação se dará inicialmente de acordo com a disposição e disponibilidade do militante sejam ou não de algum partido político, movimento social e organizações populares, e de voluntários até sua legalização total.

Quais são as referências políticas, culturais e acadêmicas da UNIPOP?

A ideia da criação de uma Universidade Popular surgiu nos debates do Fórum Social Mundial levados pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos quando este sugeriu a criação da Universidade Popular dos Movimentos Sociais / UPMS. Ele propunha uma escola de formação política conforme exposto no SITE da UPMS mas um pouco diferente da nossa proposta, pois aquela, que por sua vez é uma experiência extraordinária e de onde buscamos implementar diversas de suas experiências, diz que  <A UPMS não confere graus ou diplomas, mas certificados de participação aos que integram as oficinas>. É uma Escola voltada para formação básica e teórica, enquanto nós buscamos também a formação especializada e formal, só que em outro nível político das universidades tradicionais. Mas a UPMS é uma referência para nós. Tanto que teremos cursos como as dela e também de Graduação e Pós-Graduação e não apenas oficinas como é a UPMS.   

Aí além dos idealizadores e protagonistas do projeto das universidades populares como a UPMS, a UNIPOP de Belém que é também outra referência para nós, dentre outras experiências a UNIPOP é resumidamente uma sistematização do pensamento ideológico da Escola de Frankfurt, e sua Teoria Critica, o modelo militante da Escola Nacional Florestam Fernandes – ENFF, que na prática é também um tipo de universidade popular, somado ao caráter estratégico da Escola Superior de Guerra – ESG, se invertermos seus objetivos como Marx fez com Hegel,  e a prática internacionalista da Universidade Popular dos Movimentos Sociais – UPMS. A soma destas teses, caracterizada pelas antíteses de caráter propositivas surgidas nos seminários e oficinas de debates para se construir a UNIPOP se deu então na síntese do pensamento ideológico e estratégico do pensador marxista-cristão Acilino Ribeiro, que sintetizou esses debates e essas dúvidas que surgiram ao longo das discussões destes vários anos e concluiu juntando todas essas experiências. Conforme ele próprio disse quando falou em seu discurso ao assumir a presidência do Conselho Curador da UNIPOP BRASIL em 2007: “Com esse projeto não estamos inventando a roda, apenas colocando-a para andar de uma forma,  diferente sem que passe por cima de ninguém, combatendo uma educação excludente e o trabalho explorador, e que  tenha uma utilidade educativa e produtiva, juntando educação e trabalho, para a vida e não para o mercado, para um ativismo e não para o sistema, construindo uma sociedade de massa, sem classes e um mundo sem fronteiras. É isso que queremos”.

Ele sistematizou todas essas experiências e mais o conteúdo político de pensadores como Noam Chomsky, Eduardo Galeano, Eric Hobsbawn, Michel Moore, Emir Sader, Mª Glória Gohn, Leonardo Boff, Marilena Chauí, Frei Beto, Marcelo Barros, Fabio Konder Comparato, Wladimir Saflatte, Eric Nepomuceno, Pedro Pontual, José Dirceu, Gilberto Carvalho, José Genuíno, Ademar Bogo, Ranulfo Peloso, João Pedro Stédile, dentre outros da mesma corrente de pensamento humanista e da Pedagogia de Paulo Freire, como também históricos líderes revolucionários que com suas ações deixaram um legado de lutas e ensinamentos políticos como Bolívar, Tupakamarú, Tiradentes, Zumbi, Prestes; Gandhi, Neruda, Julião, John Lennon, Che Guevara e outros tantos da mesma linha de pensamento em defesa da humanidade, e tornou-os as referências de luta dessa UNIPOP que hoje se ver reerguida nacional e internacionalmente. Essa resposta se dar na interpretação desse pensamento do Acilino ao sistematizar essas teses.

Finanças e Logística da UNIPOP?

A UNIPOP sobreviverá da ajuda financeira que lhe for proveniente da contribuição de seus simpatizantes, dos militantes dos partidos políticos, dos movimentos sociais e organizações populares e da parceria de atividades culturais, pedagógicas e acadêmicas por ela promovida, para estas entidades e/ou partidos políticos, além da venda do seu material cultural produzido e vendido ON-LINE ou nas lojas existentes ou por doações recebidas.

Ela também construirá parcerias concorrendo a editais públicos, buscando emendas parlamentares e apoio e/ou desenvolvendo cooperação com outras universidades e ONGs nacionais e internacionais, sem, no entanto, comprometer seus princípios e objetivos. Realizará campanhas de arrecadação, promoverá listas de apoio e tudo que for necessário para manter sua independência de governos, partidos e qualquer organização que pense compromete-la. A UNIPOP não terá professores ou alunos no sentido clássico da história. Ela terá professores e estudantes militantes que construirão a história.

E qual a Metodologia da UNIPOP?

Um dos problemas da educação no Brasil e no mundo é essencialmente de conteúdo e método, e por isso é necessária uma discussão ampla e participativa na criação do Projeto Político Pedagógico – PPP da UNIPOP, que se dará num grande Seminário Internacional para a elaboração de sua linha política, objetivos, organização e estratégia, conhecimento e comportamento de seu público alvo.

A metodologia aplicada pela UNIPOP será a pedagogia de Paulo Freire, estimulada também pela metodologia das escolas acima citadas, como a ENFF e a da UPMS que afirma em seu Site:

“1. é uma iniciativa de autoeducação para a dignidade e a emancipação social. Pretende ser um espaço de formação política intercultural que promove o interconhecimento e a autoeducação com o duplo objetivo de aumentar o conhecimento recíproco entre os movimentos e organizações e tornar possíveis coligações entre estes e, facilitando, desse modo, a realização de ações coletivas conjuntas… 2. que se constitui um espaço aberto para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de ideias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos sociais locais, nacionais e globais que se opõem ao domínio do mundo pelo capitalismo, pelo colonialismo, pelo racismo e pelo patriarcado, contra  o  sofrimento humano causado pelas injustiças, exclusões, discriminações, dominações, opressões que deles decorrem… 3. Com um público composto por ativistas e lideranças dos movimentos sociais, membros de organizações não-governamentais, associações da sociedade civil, bem como acadêmicos, intelectuais e artistas solidários com as lutas dos movimentos e organizações empenhados na transformação social emancipatória… 4 – funciona por meio de uma rede de interações orientada para promover a ecologia dos saberes e a tradução intercultural entre os atores sociais que, nas diferentes regiões do mundo, lutam por outro mundo possível, recorrendo a uma enorme diversidade de saberes, cosmovisõese práticas coletivas. O objetivo é que da ecologia dos saberes e da tradução intercultural surjam ações coletivas mais amplas, mais articuladas e mais globais, sem nunca pôr em causa a identidade e a especificidade de cada movimento, de cada luta e de cada contexto.5 – Sua vocação específica é inter-temática e intercultural: inter-temática, porque visa promover o encontro e o diálogo entre movimentos/organizações com agendas e lutas diferentes para facilitar alianças e articulações entre os atores (por exemplo, entre movimentos feministas, operários, indígenas, quilombolas, afroamericanos, religiosos, estudantis, ecológicos, camponeses, urbanos e outros);  intercultural, porque visa criar o entendimento recíproco entre culturas e narrativas, entre princípios e conceitos mobilizadores e orientadores da transformação social de diferentes lutas. http://www.universidadepopular.org/site/pages/pt/documentos/carta-de-principios.php

                       A UNIPOP realizará diversos tipos de eventos e atos para a formação política da militância partidária e social através de vários cursos de formação, nas áreas de integração partidária, educação política, cultura ideológica, ativismo político, partidário e eleitoral; militância política, social e cidadã, de ativismo sindical, comunitário, gênero, ambiental, etnia, e raças, nos mais diversos campos da História, Filosofia, Teologia, Economia, Antropologia  e da Ciência Política; Promoverá seminários e fóruns, palestra e debates, oficinas e rodas de conversa; mostras de cinema e círculos de leitura, a nível presencial, semipresencial, virtual, remoto, fixo e itinerante de caráter ativo e militante.

Antes, em seus primeiros anos, de 2007 a 2017 a UNIPOP não conferia graus ou diplomas, apenas certificados de participação aos que participavam de suas atividades acadêmicas, culturais e políticas. Tinha como finalidade a criação da maior rede de educadores populares do país e da América Latina num trabalho incansável da militância que a cada dia se agregava ao projeto. Hoje, continua com os mesmos princípios, mas já registrada e legalmente constituída como um Instituto Educacional pode conceder certificados e diplomas, em parceria ou não com outras instituições de ensino a nível de Extensão, Graduação e Pós-Graduação e terá um excelente desempenho que o faz uma instituição respeitadíssima junto a sociedade.

Conclusão: 

Ela, UNIPOP só será efetivamente concluída com a participação do maior número de educadores populares, que priorizem a Educação Política Libertária como instrumento de luta do povo na construção de um Novo Regime Político, um Novo Sistema Econômico e uma Nova Ordem Social, numa Frente Única Mundial Anti-Imperialista e Antifascista, objetivando construirmos uma Sociedade Global e de Massa, contra todas as guerras e num planeta onde o principal paradigma pelo qual lutemos e para o qual viveremos será a conquista da Paz Mundial e um mundo sem fronteiras.

Esse será o papel de todo o militante da UNIPOP e dos ativistas que nela passarão e lá se formarão.

Esses são os princípios que norteiam a ação da UNIPOP como um modelo de Universidade Popular, e consequentemente serão defendidos por quem nela ingressar. A UNIPOP e só a ela e outras escolas que se norteiam por esses objetivos caberá promover as condições para preparar quadros que levarão essa mensagem ao mundo. Nela devem estar não apenas professores de política, mas educadores populares disposto a criar uma escola itinerante e libertária, dentro dos princípios que norteiam a filosofia de Paulo Freire e os grandes pensadores da Educação política e popular, além de outras escolas como a ENFF, a UPMS, e as escolas dos movimentos sociais, sindical e popular.

Constituem os documentos básicos da UNIPOP, seu Manifesto, Regimento, Programa de Luta, Protocolo de Solidariedade Internacional e Paradiplomático, Estrutura Curricular, Calendário de Atividades, os Atos Complementares, dentre outros.  É isso.

Brasil, em dezembro de 2023.

 

 

Construindo um mundo sem fronteiras.

Formando quadros políticos e líderes populares para a vida e a militância na defesa dos Direitos Humanos, do Meio Ambiente, da Solidariedade Internacional, Solidariedade Humana, da Segurança Internacional, da Autodeterminação dos Povos, da Paz Mundial e da Democracia Direta, Participativa e Global.

Contra o racismo, a homofobia, a misoginia a intolerância religiosa, o fascismo, o nazismo e o sionismo.

Trecho do discurso pronunciado na Plenária Internacional do Encontro Mundial de Educadores Populares e de Escolas de Formação Política, em 17 fevereiro de 2024, pelo companheiro ACILINO RIBEIRO* Diretor Geral da UNIPOP.

          Existem dois tipos de universidades: no que pese todo o esforço daqueles que formam os quadros acadêmicos de ambas, tantos os professores como os alunos e que fazem do modelo brasileiro democrático e pluralista pelas lutas históricas por eles desenvolvidos a pública, alienante e que forma as pessoas para o SISTEMA; e a privada; mercantilista e que forma as pessoas para o MERCADO. Ambas porem formando também para concursos e a concorrência. Os famosos concurseiros.

Devemos criar agora um novo modelo de Universidade; a universidade popular, que formará as pessoas para a vida e a solidariedade humana, voltada para a formação de militantes, que não será submisso ao sistema nem viverá da competição do mercado. Pelo contrário: Será um militante na defesa da vida: dos direitos humanos e a proteção dos animais; na defesa do meio ambiente, da solidariedade internacional, da autodeterminação dos povos, contra a corrida armamentista, na defesa da segurança internacional e da conquista da paz mundial, das liberdades democráticas e da democracia global. Trabalhando no Estado através das instituições públicas, mas também e principalmente para a Sociedade através dos movimentos sociais, construindo um novo mundo, sem fronteiras.

        Essa universidade será um espaço político de convergência, integração e articulação das forças progressistas e populares, de militantes dos movimentos sociais e partidos progressistas, em busca da unidade revolucionária para a construção do Poder Popular e da Democracia Direta e Global. Não só apenas no Brasil, mas na América Latina e no mundo.

Uma universidade que forme militantes na defesa dos direitos e proteção dos imigrantes e refugiados, da população de rua, dos dependentes químicos e das e dos profissionais do sexo; ativistas lutando ao lado dos sem terras, sem tetos, sem empregos, dos pedintes e necessitados e dos sem nada. Que forme um novo homem, com causas e não com interesses. Que construa na prática um modelo que forme politicamente um defensor do Poder Popular e da Democracia Direta.

    Enfim, devemos construir uma universidade livre dos preconceitos e estereótipos, que formará estudantes-militantes, não apenas com formação acadêmica, mas com formação política, que passe seu tempo na universidade defendendo o povo, mas quando sair dela não vire patrão, e sim ativista… de vários tipos, como o ativista jurídico que entre a Lei e o Direito fique com a Justiça; um economista que ao invés de estudar as leis do mercado para explorar o povo faça projetos sociais para este e implante a Economia Solidária e Popular, Criativa, Verde, e de Francisco e Clara; economias auto gestionárias; um médico que vá praticar a medicina popular e coletiva, assim como um arquiteto que construa moradias populares e não mega edifícios para a elite financeira e exploradora capitalista. Que não se forme pensando em transformar o público em privado; pedagogos, historiadores e professores que antes de tudo sejam educadores sociais e populares. Essa é a escola e a universidade que pensamos.

Assim deveriam ser as Fundações Partidárias, centros de formações de cada partido político, as escolas sindicais, e/ou de qualquer instituição ou entidade social. Que construa também uma nova geração com uma Nova Política e uma Nova Esquerda, Arco-íris, não só vermelha-marxista, mas também verde-ecológica e ambiental com os Ecosocialistas, Ecomunistas e Ecomarxistas;  Azul-Pacifista e Humanistas com os movimentos pela paz e os direitos humanos; Violeta gênero com os movimentos feministas LGBTQIA+ com políticas públicas afirmativas; Anil-libertária trabalhando com os novos movimentos sociais e coletivos, e Laranja,  agregando os sociais-democratas, democratas cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, e todos os progressistas que respeitem a diversidade e sejam contra a Direita. Uma esquerda multicor, com as sete cores do arco-íris, e uma UNIPOP do povo da rua. Que combata a farsa da Escola sem Partido, construindo uma universidade sem fronteiras, com ideologia, organização e objetivos.

          Esse novo modelo de escola que chamamos de universidade popular norteará sua ação pelos padrões morais e princípios éticos do Internacionalismo Revolucionário; do Humanismo Solidário e do Socialismo Libertário,  tendo como Propostas de Luta além do que já dissemos acima, a defesa do Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável; a Radicalidade Democrática e Participativa; a Defesa Nacional e a Segurança Internacional; a Democracia Global e a uma Política de Gêneros Democrática no respeito a Diversidade Cultural e Religiosa com políticas públicas participativas;  da diversidade, da tolerância e da solidariedade humana.

A UNIPOP BRASIL será semente de uma Nova Era, de uma mudança de época e não apenas de uma época de mudanças, de uma nova universidade de onde brotarão raízes, e daí nascerá uma nova militância que construirá um novo mundo. E desses frutos e folhas nascerá um mundo sem fronteiras, sem guerras e sem fome, bastando para isso acreditarmos nesse sonho, lutarmos e

construí-lo porque assim ele se tornará realidade.

       Essa proposta não é uma ideia acabada, pronta, ela nasce como sugestão para ser debatida e aperfeiçoada, discutida e até reformada por quem abraça-la. Nasce do abandono da política de formação partidária por parte dos partidos políticos e da necessidade dos movimentos sociais que tanto precisam formar seus militantes e não dispõem das condições logísticas necessárias no Brasil e na América Latina. Surge da capacidade de minha geração, a Geração 68, a famosa Geração Barricada que mudou o mundo e tem um acumulo de experiência que poderá ajudar a pelo menos se não concluir, continuar o que começou anos atrás. E para isso temos que preparar uma nova geração, com uma Nova Esquerda para o pós Lula que virá e os desafios que o mundo nos apresenta diante das agressões e avanços da extrema direita.

Esse discurso é apenas a semente, sua atenção, apoio e divulgação são as raízes que a farão crescer. E a ajuda voluntária que vier serão as folhas que nos darão as sombras que precisamos para construí-la. Os frutos serão os militantes que formaremos.

Esta é a UNIPOP. A Universidade Popular que queremos construir. Ajudem-nos.

Venceremos. Obrigado. Em 17 de fevereiro 2024.

ACILINO RIBEIRO – Diretor Geral da UNIPOP

 

 

Histórico da UNIPOP

A palavra UNIPOP significa Universidade Popular que deve ser uma Escola de Formação de Quadros e Lideranças dos movimentos sociais e populares, partidos políticos progressistas e de toda esquerda brasileira. Mas antes de tudo ela é uma ideia, portanto um projeto sempre inacabado porque um dos objetivos dela é semear a ideia de transformar todas as demais universidades em populares. Tanto as públicas como as privadas.

Nasceu da união de objetivos e a junção de finalidade em defesa de lutas comuns que se desenvolverão a partir de agora, como a formação de quadros e lideranças para a esquerda, formando uma nova geração e uma nova esquerda, e buscar disputar a hegemonia na sociedade civil ajudando as forças progressistas e de esquerda a tornarem-se hegemônica no país.

A UNIPOP original foi uma experiência interessante, criada inicialmente pela fusão da antiga Escola Internacional de Formação Política, criada pelo MDD – Movimento Democracia Direta – em 2007, com os núcleos de estudo e pesquisa de algumas organizações populares como o INPAZ – Instituto de Educação e Cultura para a Paz Mundial; o IIEE  –  Instituto Internacional de Estudos Estratégicos; o INDERI  –  Instituto Brasil de Relações Internacionais; os NEPIs – Núcleos de Estudos de Política Internacional existentes no DF, no  CEUB, na UPIS,  na UDF, na Católica de Brasília e na UnB. Como também de intelectuais oriundos do antigo MCR – Movimento dos Comitês Revolucionários e do CMG – Centro Cultural Memorial CHE Guevara e do CDH – Comitê de Defesa dos Direitos Humanos, trabalho esse feito e articulados pelo teórico e pensador marxista ACILINO RIBEIRO que posteriormente em 2011 cria a Universidade de Políticas do Movimento Popular – UNIPOP BRASIL, juntando todas estas organizações como uma célula ideológica de formação política que congrega líderes de vários outros  partidos de esquerda no DF e em outros estados e traz junto neste momento outros grupos e coletivos estudantis e do professorado das universidades brasileiras e algumas redes culturais em dificuldade de funcionamento outras em ascensão acadêmica e propõe-lhe uma unidade de ação na construção de uma Escola de Formação de Quadros e Lideranças aos moldes do que é o embrião  de uma Universidade Popular acima citadas para assim poder ajudar a transformar, como ele próprio diz:  os partidos de esquerda em partidos de quadros e de massa atuando nas ruas e nas redes.

             Para isso e para consolidar esse projeto traz consigo agora, neste momento, após várias reuniões durante a pandemia,  grupos de intelectuais do CELA – Centro de Estudos Latino Americano/SP; da EPP – Escola de Formação Poder Popular/DF; Da VEP – Videoteca de Estudos Políticos/PR; do ECOPAZ – Ecologistas para a Paz/RJ; da BTM – Biblioteca Terceiro Mundo/DF; intelectuais LGBT do GAI – Guerrilheiros do Arco Íris/SP; da MSF  –  Mídia Sem  Fronteiras, do  JSF-Justiça Sem Fronteiras; Ativistas do ECOS-Ecosocialistas,; e toda estrutura da Interpress Diplomatik; do Eco Cineclubistas; da Interprensa Brasil e da AGNOT-Agência de Notícias Terceiro Mundo; além dos dirigentes da Nova Esquerda e da Revolução Cidadã, que se agregam no projeto da UNIPOP BRASIL que começa a se tornar realidade neste período e passam a debater a constituição de uma nova UNIPOP repaginada com uma nova estrutura. Isso ocorre entre 2011 e 2017, quando a Escola Internacional e a Escola Poder Popular ainda sobrevivem e juntas com as demais e depois de muitos cursos e um avanço na política de formação de militantes em todo país começam a sofrer o peso do golpe que derrubou Dilma Rousseff em 2016, entra o governo Temer e aí recomeçam as articulações exatamente em 2018/2019 quando assume Jair Bolsonaro.

Após a eleição de Bolsonaro todas estas organizações se unem no que chamam de Projeto UNIPOP Brasil, uma espécie de contraponto ao Brasil Paralelo, uma vez que este nasceu para combater o próprio projeto da UNIPOP BRASIL e que se iniciava pela esquerda naquele momento.  Assim o Projeto UNIPOP Brasil passa quatro anos perseguido, com os projetos institucionais e governamentais cortados e sem receber uma única emenda parlamentar ou ajuda de qualquer órgão governamental.

Acilino propõe a união de todos esses grupos dentro de um guarda-chuva multicolorido, como as sete cores do arco-íris de unidade das várias tendências de esquerda e afirma que assim conviverão harmonicamente, unindo também as mais diversas correntes da centro esquerda brasileira e que ele chama de Esquerda Arco Iris ou Esquerda Multicolorida.

Antes porem, no dia 08 de outubro de 2011, num ato em homenagem a Che Guevara, Acilino reuniu todas essas lideranças e propôs a união de todos para formarem a UNIPOP posteriormente em nova reunião tem a resposta positiva de todos e no dia 31 de outubro realiza o Seminário Nacional de Organização e pré-lançamento da UNIPOP BRASIL. Em 05 de novembro de 2011, em Brasília-DF, no Escritório Nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT, das 14 às 18h, com um representante de cada entidade social, organização popular e\ou movimento político cultural e  partidos de esquerda acima citado, convidados para a reunião de fundação da UNIPOP BRASIL e que dele participaram realiza uma Plenária Popular, onde afirma: “<. Aqui cabemos todos. Aqui nasce uma nova universidade, um novo modelo de escola política e de partido. De formação de líderes e quadros. A UNIPOP será a fusão das concepções ideológicas da Escola de Frankfurt e seus objetivos contidos na Teoria Critica e do protagonismo de Herbert Marcuse; da militância da Escola Nacional Florestam Fernandes – ENFF – e de seus pensadores atuais; assim como os Altos Estudos de Política, Estratégia, Inteligência, de Defesa Nacional e Segurança Internacional promovido pela ESG – Escola Superior de Guerra, bastando para isso invertermos sua lógica como Marx fez com Hegel, além da estratégia da UMPS, Universidade Popular dos Movimentos Sociais e a experiência da UNIPOP de Belém, somando-se tudo isso ao histórico do Instituto Cajamar. Pronto, temos a melhor escola de formação política do Brasil. Assim nasce aqui a maior escola de formação de quadros e lideranças da esquerda brasileira. Vamos juntos nessa luta>, afirmou naquela ocasião.

Então ele propõe, conforme entrevista tempos depois “unir a esquerda vermelha; marxista, ortodoxa, barbuda e radical; a esquerda laranja, social democrata, democrata cristã e de movimentos religiosos; a esquerda amarela, neomarxista, intelectual, de óculos e moderada; a esquerda verde, ecológica e ambientalista e de defesa da sustentabilidade e do meio ambiente, conhecida como Ecosocialistas; a esquerda azul, dos movimento pacifistas e dos direitos humanos, contra as guerras e pela paz mundial; a esquerda violeta, dos movimentos feministas e LGBTQI+; e a esquerda anil, dos movimentos libertários, anarquistas, antissistema, mídiativistas e de novos movimentos sociais;“  o que ele chama de Esquerda Arco-íris, e numa estratégia de ação e unidade nas ruas e nas redes construir uma Esquerda Unida e/ou uma Nova Esquerda através da integração partidária, da cultura ideológica e da educação política. Tendo o Projeto UNIPOP BRASIL, que funciona com o nome de Universidade de Políticas do Movimento Popular como embrião dessa ideia que com a derrota de Bolsonaro e a vitória de Lula tem nova ascensão e se repagina com o nome de Instituto Cultural Universidade Popular.

Após a vitória de Lula, preocupado com o fortalecimento e a agressividade da Direita, Acilino começa a pensar num novo modelo para o Projeto UNIPOP e procura antigos dirigentes da UNIPOP e vários líderes da esquerda brasileira, renomados escritores, intelectuais e dirigentes partidários, líderes de massa dos movimentos sociais e dos partidos políticos, além de históricos líderes da esquerda, em especial da Geração 68 da qual é um dos líderes e começa a conversar. Articula-se com importantes ícones nacionais, mitos revolucionários como José Dirceu, seu melhor amigo, conselheiro e guru político que junto com ele já vinham pensando num novo projeto de formação para a esquerda brasileira e latino-americana; com, Beatriz Bissio, ex-diretora do Cadernos do Terceiro Mundo, José Geraldo (ex Reitor da UnB), Vladimir Palmeira, Frei Beto, Leonardo Boff, Ricardo Berzoini, Alexandre Navarro, Ricardo Alemão, Aluízio Palmar, Eugênio Aragão, Breno Altman, Hélio Doyle, Beto Almeida, João Vicente Goulart,  Luiz Fenelon, Maria Claudia Badan, Pedro Pontual, Daniel Seidel, Antônio Moroni, Padre Miguel, Marina Speroto, Marcos Tenório, Pedro Batista, Aristides Veras, Albert Bloch, Anjuli Tostes, Ademar Bogo, Emiliano José, Trajano Jardim, João Salame, Bia Cardoso, Gilberto Carvalho, Padre Bosco, Marcelino Fontelles, Pedro Celso, Carlos Michillis, Aluízio Palmar, Gustavo Westann, Ana Morais/MST, Rebeca Fidellis, Leandro Grass, Ismael César, e vários dirigentes de movimentos sociais e sindicais, do MST, MTST, CMP, CONTAG, UNE, UBES, das centrais sindicais dentre outros e outras, e assim conclui a articulação política que dá origem ao Instituto Cultural Universidade Popular, porém mantendo a sigla original de UNIPOP BRASIL

A história da UNIPOP começa a ser reconstruída então depois dessas articulações políticas entre essas e outras importantes personagens que como os citados acima também sistematizaram a ideia da Nova UNIPOP BRASIL, dentre vários outros educadores que incentivaram este projeto e com alguns parlamentares ajudaram a seguir em frente realizando o II Encontro Nacional da UNIPOP em 11 de junho de 2024 em Brasília, e que se tornou um marco importante devido as deliberações tomadas e a repercussão que a grande mídia deu ao avento, conforme matérias publicadas neste Site. 

Brasília – DF 30 de junho de 2024 – Texto de MILENA TEIXEIRA